Big techs, big data, algoritmo, memes, pós verdade, deep fake, deep web, dark web, deep state, fake news, negacionismo, pseudo ciência, libertinagem de expressão, sacanagem virtual, cardápio de gente, onlyfanáticos, pornoadictos, viagra, tadala, ozempic, bariátrica, harmonização, bup, ritalina, alprazolam, BET, e-vigaristas, terroristas, ultravigilância, ultraviolência, anarcobilionários, megacorporações, devotos de marca, anarcocapitalismo, desigualdade, teorias da conspiração, reacionarismo, neofascismo, neocomunismo, neo guerra fria, vigarismo, racismo, misoginia, homofobia, xenofobia, armamentismo, terrorismo, seitas digitais, e-gurus, falsos profetas, guerra santa, zap zap, incels, assassinos em massa, coaches, influencers, youtubers, tiktokers, otakus, hackers, crackers, phreakers, anonimous, nóias, música popular eletrônica, metal industrial, hip hop, plágio, sampler, remix, playlist, stream, e-sports, realidade virtual, neuralink, turismo espacial, crypto moeda, NFT, IAs – Computadores fazem arte, artistas fazem dancinha – CV, PM, PCC, novo cangaço, cidadãos de bem, milicias analógicas e digitais, armadas até os dentes, pandemia, pandemônio, aquecimento global, tragédias climáticas, frio da preula, calor da mulesta, chuva da peste, seca do cão, realidade cyberpunk, Hi-Tech Lo-Life, make your self, repente, improviso, traquitana e gambiarra.

Um grupo de artistas nordestinos autodidatas, das mais diversas vertentes (literatura, quadrinhos, música, audiovisual e artes visuais),
decidiu reunir-se em coletivo, na instiga de estimular a produção local de obras de ficção científica de características tupinipunks, ambientadas no
Agreste do Nordeste brasileiro.

AGRESTE é uma sub-região de transição entre a Zona da Mata e o Sertão, que se estende do Rio Grande do Norte até a Bahia, passando por Paraíba, Pernambuco, Alagoas e Sergipe. Seu clima é semiárido, seu relevo é de planaltos, seu bioma é a caatinga. Inclui algumas das cidades mais importantes do interior do Nordeste. Na economia, se destaca no setor agrícola, nos serviços e na geração de energia solar e eólica.

Culturalmente, é uma das regiões definidoras do imaginário e da cultura brasileira. Uma região, que apesar do senso comum distorcido pela mídia hegemônica, goza das mesmas tecnologias e sofre com os mesmos paradoxos da pós-modernidade, do seu próprio jeito. A ideia aqui é tentar prever como a sociedade Agrestina lidará com as contradições de um futuro próximo, ainda mais distópico e caótico, em um mundo tecnocrático e anarcocapitalista, onde o abismo social e as desigualdades só fizeram se aprofundar.

TUPINIPUNK é a resposta brasileira ao CYBERPUNK, um subgênero distópico e underground da ficção científica especulativa, que se iniciou nos quadrinhos europeus na década de 70, influenciou a literatura e o cinema americanos nos anos 80, invadiu o Japão dos mangás e animes nos anos 90, ganhou o mainstream e influência até então a cultura pop mundial.
O cyberpunk ambienta-se em futuro no qual a tecnologia tomou as ruas e não resolveu nenhum dos problemas sociais que prometeu, sendo assim uma antítese das utopias modernistas. O futurismo da tecno cultura moderna transformou-se no presenteísmo da cibercultura pós-moderna. Ou seja, as histórias cyberpunks exageram as contradições do presente, mostrando a vida de indivíduos marginalizados em ambientes culturais de altíssima tecnologia e caos urbano. Colocando em sinergia o cyber das máquinas cibernéticas com a atitude “faça você mesmo” do movimento punk inglês da década de 70 do século passado.

Seus protagonistas são anti-heróis que transitam com implantes por espaços físicos e informacionais, cercados por robôs, androides, ginoides, clones e inteligências artificiais, em um cenário sociopolítico em que as megacorporações dominam todos os campos da sociedade. Esses personagens se deparam com situações ligadas ao cotidiano das grandes metrópoles mundiais, assoladas pelo caos urbano, o crime, a poluição e a degradação das relações pessoais e sociais. Qualquer semelhança com a realidade atual não é mera coincidência.

Já o Tupinipunk, que surge em meados de 80 e sobrevive até hoje em sua 4ª Onda, é uma versão satírica/tupiniquim/tropical da estética cyberpunk ambientados nas grandes metrópoles de um Brasil que é o maior país da periferia do capitalismo, mas que não tem o mesmo acesso à tecnologia que os países então chamados de 1º Mundo. Seus maiores expoentes nacionais são Alfredo Sirkis (Silicone XXI), Ivan Carlos Regina (Fruto maduro da Civilização), Fausto Fawcett (Santa Clara Poltergeist) e Bráulio Tavares (Espinha Dorsal da Memória).

 

Seus protagonistas também são anti-heróis marginalizados, mas têm um quê de pitorescos, malandros, cafajestes, que se utilizam da esperteza e sagacidade para tirar vantagem de um sistema falho e corrupto. A sensualidade e sexualidade das personagens são exacerbadas e, embora a realidade seja violenta e carregada de injustiça, o clima trás o humor típico recheado de brasilidade.

AGRESTUPINIPUNK é tudo isso junto e misturado com grandes pilares da cultura nordestina contemporânea, em um futuro que acontece nas pequenas cidades do Agreste Nordestino e não nas grandes metrópoles brasileiras.

Emburaque nessa gangue de matutos cyberpunks e escreva o futuro, junto com os artistas Alex Camilo de Melo (escritor, poeta e artista visual), Amanda de Oliveira (designer e artista visual) Arrilson (Músico, compositor e artista visual), Catherine P. de Alencar (poeta, atriz e mestre reiki), Cézar Siqueira (quadrinista, designer e artista visual), Enoch Ibryss (poeta, músico, compositor e artista visual), Iran F. R. Bradock (poeta e escritor), Jimmy Marcone (poeta e artista visual), Pamela Beatriz (poeta e escritora) Ratinho (poeta e artista visual), Syros Silva (artista visual e produtor audiovisual), Urbano Leafa (despoeta).

plugins premium WordPress